segunda-feira, 5 de março de 2012

Apisto Cacatua


Este esplêndido ciclídeo anão, cujo tamanho pode chegar a até 9 cm em machos adultos, tem como origem a América do Sul, sendo encontrado em ecossistemas lóticos (água corrente) e lênticos (água parada) do Alto Amazonas (Brasil, Peru e Colômbia). É uma espécie onívora, come de tudo, mas se quiser incentivar a reprodução e manter seu apisto saudável e com belas cores é recomendado oferecer alimentos vivos ao menos uma vez na semana - podem ser daphnias, artêmias, enquitréias, larvas de mosquito, etc. Também é recomendado oferecer ração complementar à base de vegetais/algas visando aumentar a variedade da alimentação e ressaltar a coloração azul (quando for o caso).

Este é um dos apistos mais conhecidos no aquarismo devido ao comportamento e cores exuberantes. Apesar da ampla faixa de pH (6.0 a 7.5), apreciam águas mais ácidas. Um aquário ideal para esta espécie deve possuir troncos e folhas, formando esconderijos, substrato fino e fácil de ser cavado (areia ou basalto nº.0), plantas flutuantes para ajudar a criar mais áreas de sombras, temperatura um pouco mais elevada - a partir dos 26°C - e água bem mole. O tamanho mínimo do aquário para apenas um casal é de 30 litros, já para um aquário comunitário 50 litros.

São peixes territoriais e agressivos com outros da mesma espécie ou formato e coloração parecidos. O casal deve ser sempre mantido em aquário próprio e sem outros peixes, no caso de aquário comunitário é recomendado manter apenas o macho sozinho. Com os outros peixes costumam ser pacíficos.

Existem diferentes variedades de Apistogramma cacatuoides, a "triple red" por possuir coloração vermelha e mosaico nas nadadeiras dorsal, anal e caudal, a "Double Red" com mosaicos e cor vermelha nas nadadeiras dorsal e caudal, "Orange Flash" nadadeiras dorsal, caudal e anal sem mosaicos e cor laranja, "White gold" com o corpo amarelado e até mesmo uma com mosaicos nas nadadeiras ventrais, anal, dorsal e caudal. Mesmo dentre os peixes desta variedade podem haver colorações um pouco diferentes, algumas mais puxadas para o azul, outras para o amarelo, para o vermelho e por aí vai.

O macho é maior, mais colorido, apresenta a nadadeira ventral maior, pontas das nadadeiras anal, dorsal e caudal finas (esta última apresentando duas pontas), os raios da nadadeira dorsal são maiores e o ventre é retilíneo. Além disso, o macho possui os lábios bem desenvolvidos. A fêmea possui coloração amarelada, pontas das nadadeiras anal, dorsal e caudal arredondadas, ventre roliço, é menor que o macho e dependendo da ocasião apresenta uma faixa negra vertical nas nadadeiras ventrais e um único ocelo negro no meio do corpo.

O ritual de reprodução começa quando o macho e a fêmea formam casal e escolhem um local para desovar, geralmente este é bem escondido com o casal tendo preferência por troncos, raízes e outros objetos que formem tocas. Eles irão limpar o lugar, cavar, enfim... deixar tudo pronto para a desova, em casos de aquários plantados com camada fértil corre-se o risco deles cavarem além da conta e atingirem essa camada. O macho exibirá suas cores ao máximo, apresentará as nadadeiras eriçadas e nadará perto da fêmea apresentando movimentos erráticos, com leves tremores, nadando e parando constantemente. Quando está pronta para desovar, a fêmea apresenta o ovopositor bem visível, cores fortes - normalmente puxada para o amarelo - e a desova ocorre geralmente à noite com uma quantidade de ovos variável, mas normalmente numerosa e de coloração laranja. A fêmea deposita os ovos e o macho os fertiliza logo em seguida. A fêmea fica cuidando dos ovos - agitando as nadadeiras para que a água circule por entre eles, retirando os ovos não fecundados ou atacados por fungos - até que eclodam alguns dias depois.

Logo após a eclosão os filhotes ainda ficam no local da desova e vão se alimentando do resto do saco vitelino, alguns dias depois a fêmea começa a trazê-los para fora da "toca", mas sempre sob seu cuidado atento. A partir deste momento podemos iniciar a alimentação dos pequenos: infusórios, nauplios de artêmia, ovos de artêmia sem casca, ração específica para alevinos de ovíparos, etc., conforme os filhotes forem crescendo alimentos vivos maiores podem ser oferecidos. Durante este período a fêmea fica com coloração amarela bem forte e muito agressiva com o macho, portanto o recomendado é retirá-lo do aquário para evitar o estresse de ambos. Os pequenos ficam agrupados e sempre perto da mãe, aos poucos vão se aventurando pelo aquário e por isso mesmo é bom manter a entrada do filtro (se for o externo) coberta com perlon para evitar acidentes.

À partir de 1 mês de idade os filhotes já podem ser separados da mãe, ou então assim que ela começar a dar sinais que não está mais cuidando deles. Por volta dos 6 meses de idade os filhotes já atingem maturidade sexual e podem começar a reproduzir, mas a coloração final do macho leva mais tempo que isso. O sexo dos filhotes não é determinado quando eles nascem, a proporção de machos e fêmeas pode variar até o 35º dia de vida, o pH é o principal fator que influencia na quantidade de machos e fêmeas em uma ninhada. A água com pH mais ácido gera mais machos e com o pH mais alcalino gera mais fêmeas.

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