segunda-feira, 11 de julho de 2011

Rodóstomus


Nome científico: Hemigrammus rhodostomus
Nome popular: Rodóstomus

Apesar de apelidos como nariz de sangue, cabeça de fogo, que dão idéia de um peixe agressivo e briguento, os rodóstomus são um dos peixes mais pacíficos. Esses apelidos se dão pela coloração avermelhada de sua cabeça. É um peixe de cardume, por isso nunca compre apenas um exemplar, opte por um pequeno cardume e se certifique que eles estão saudáveis, através do brilho do seu corpo.

Os rodóstomus são um pouco exigentes quanto a qualidade da água, mantenha a temperatura entre 23 e 25 graus e o pH em torno de 6.5. Nunca deixe ocorrer mudanças bruscas na temperatura, pois eles são muito sensíveis a elas.

A alimentação é um fator determinante para que o colorido do rodóstomus fique intenso. Ofereça uma dieta com flocos, artêmia, tubifex, dáfnias, espinafre cozido. Não têm preferência ao tipo de vegetação, use uma iluminação moderada. O rodóstomus pode alcançar 5 cm.

Reprodução

São poucos os casos de reprodução bem-sucedida com esta espécie. Mas os cuidados são os mesmos dos caracídeos, isto é, um aquário espaçoso, bem plantado e com temperatura constante de 25 graus. Os ovos ficam depositados entre as raízes e pequenas folhas de plantas. Após um período de incubação, que vai de 2 a 3 dias, surgem os filhotes.

Durante os primeiros dias de vida, os alevinos irão se alimentar dos próprios nutrientes que o habitat oferece, mas você também pode oferecer infusórios. Quando atingem metade do tamanho adulto podem receber a mesma dieta dos pais.

sábado, 9 de julho de 2011

Johanni


Biótopo:
Lago Malawi - Mbunas

Distribuição Geográfica / População:
É encontrado na zona este do lago Malawi, entre Makanjila Point e Metangula. Algumas populações conhecidas: Gome; Masinje; Makanjila Point; Metangula

Características da água:
Temperatura: 23ºC a 28ºC
Ph: 7.8 a 8.6
Kh: 4 a 8º

Alimentação:
No lago alimentam-se da biocobertura das rochas. Esta biocobertura é um sistema biológico composto por algas e um largo número de minúsculos invertebrados que nelas vivem (denominados de aufwuchs). Peixes recém-nascidos que sejam encontrados também fazem parte da sua dieta e também se alimenta de plâncton na coluna de água. Em aquário devem ser alimentados com comida própria para peixes consentâneos com uma alimentação rica em matéria vegetal.

Dimorfismo Sexual:
O macho é em de um azul eléctrico, listado na horizontal com uma base em azul-escuro ou preto, com listas de azul-claro.
A fêmea e os juvenis são de um amarelo-torrado.

Tamanho Máximo:
Macho: 12cm
Fêmea: 10cm

Comportamento:
É uma espécie relativamente calma, em comparação com o seu primo Cyaneorhabdos, que é bem mais agressivo.

Reprodução:
Incubador bocal maternal. O acasalamento realiza-se num local para onde o macho atrai a fêmea num ritual de movimentos giratórios sobre os ovos depositados. No ritual, a fêmea deposita ovo a ovo no solo, o macho fertiliza-o e a fêmea coloca-o na boca dando início à incubação. Ao fim de 10 dias os ovos eclodem mas a fêmea irá protegê-los na sua boca durante mais 15 dias. No final do período de incubação os alevins são libertados, completamente formados e auto-suficientes para procurarem a sua própria alimentação. O número de ovos por cada incubação depende do tamanho da fêmea sendo normalmente entre 15 e 30.

Tamanho mínimo do aquário:
100cm de frente

Outras Informações:
Pertence ao grupo Johanni, juntamente com os Cyaneorhabdos, Interruptus e Perileucos.
É muitas vezes confundido com o Cyaneorhabdos, pois este tem como nome comercial Electric Blue Johanni, o que leva as pessoas a pensarem, erradamente, que é a mesma espécie, além disso têm a coloração absolutamente igual, sendo que as eventuais diferenças são a maior robustez do Johanni e, além disso, enquanto no caso dos Cyaneorhabdos, as fêmeas e os juvenis são iguais ao macho, no caso dos Johanni, as fêmeas e os juvenis são de um amarelo-torrado.
Este peixe tem a particularidade de detectar odores e cheiros na água. Para isso suga a água, retendo-a na boca o tempo necessário para a cheirar.
Tem uma esperança média de vida de 12 anos.

Autor:
Sérgio Tavares

Última Actualização:
2010-12-10

Referências Bibliográficas:
Konings, A. (2003). Guide to Back to Nature Malawi Cichlids. 2nd Edition, Cichlid Press. El Paso. USA

Chipokee

Família: Ciclideos

Nome comum: Chipokee

Nome científico: Melanochromis Chipokae

Distribuição geográfica: Lago Malawi (Africa)

Comprimento: 12 cm

Temperatura: Entre 25º e 27° C

PH: Entre 7,6 e 8,5

GH: 12-16

Alimentação:

Aceitam com prazer qualquer tipo de alimento seco ou congelado.

Comportamento:

Eles normalmente são agressivos para todas as espécies do aquário, mas principalmente com sua própria espécie. É melhor manter pelo menos três fêmeas para cada macho. Se mantiver menos, é provável que as fêmeas sejam perseguidos implacavelmente, e haja mortes até. É melhor fornecer muitos esconderijos, para que os outros peixes se possam esconder da agressão.


Dimorfismo sexual:

Omacho tem um corpo azul escuro com luz e barras azuis. As fêmeas têm coloração mais distinta, amarelo e preto.


Reprodução:

Melhoramento genético de M. chipokae não é particularmente difícil, e eles tendem a ficar sexualmente maduros muito jovens. As fêmeas podem ficar grávidas com cinco centímetros. Os alevinos estão prontos para ser liberados, e totalmente desenvolvidos por 21 dias, e uma maior fêmea pode transportar até 50 alevinos duma só vez. Os alevinos são miniaturas da mãe, nesta dimensão, e crescem mais rápido do que a maioria dos mbunas. Os alevinos podem ser criados com flocos esmagados, ou recém-eclodidos de Artemia (Artemia salina bebê).

Auratus

“Um harém, mordomia e muita briga! Pra que mais?”. Um dos mais belos espécimes de ciclídeos africanos, os famosos CAs, é o auratus. Dono de um temperamento nada amigável e cara de poucos amigos parecem ser uma constante com esse ciclídeo tão amado pelos aquaristas de todo o mundo

Apesar de ser um peixe que não ultrapassa grandes proporções, cerca de 10 cm, o auratus necessita de grandes espaços para que possa nadar com toda desenvoltura de um verdadeiro CA. Portanto um aquário de capacidade mínima para 200 litros, já é suficiente para manter um macho e seu pequeno harém (4 fêmeas já o deixarão mais tranqüilo), visto que a agressividade do macho não poupa nem mesmo as fêmeas que por sua vez são mais calmas e pacíficas que ele.

Dois machos no mesmo tanque não é aconselhável, pois brigariam até a morte de um deles, mas já houve casos que dois machos foram colocados bem jovens no cativeiro e um deles desenvolveu a coloração típica das fêmeas, sendo, portanto, menos molestado.

Dessa forma, deve-se evitar esse tipo de situação, até para a saúde de seus peixes. Como os machos costumam dominar todo o ambiente, aquários comunitários também não são recomendados, sendo bom manter um aquário só para a espécie.

O aquário deverá ter um substrato macio, pois os auratus são exímios cavadores e realizam essa tarefa quase que constantemente, então, areia lavada, é uma ótima opção para o substrato do aquário. Plantas, estas deverão ser bem resistentes à difícil índole do peixe. Alguns aquaristas costumam colocar as plantas em vasinhos (aqueles de violeta ou feitos de barro), para dificultar o trabalho do auratus de arrancá-las.

O pH deverá oscilar por volta de 8,0 e a temperatura por volta de 26ºC. Dê atenção para a filtragem mecânica para compensar a bagunça feita pelo auratus, além disso, manterá a água sempre cristalina. Eles apreciam vegetais então, ofereça-lhes alface, espinafre e cenoura cozidos, além de rações em flocos e pelo menos uma vez por mês pequenas porções de artêmias, esta ultima como fonte fósforo e vitaminas B e E essenciais na reprodução.

Falando em reprodução, saiba que o auratus se reproduz até com certa facilidade em aquários e como é de costume, ele pode copular com várias fêmeas ao mesmo tempo.

Diferenciá-los é bem fácil quando adultos: Ele é maior, mais escuro e suas listras negras são de uma espessura maior que na fêmea. Ela e um pouco menor e de coloração amarelo ouro com algumas listras negras cortando seu corpo na horizontal.

Na época da reprodução o macho fica mais agressivo e com as cores bem acentuadas. Ele passará então a perseguir as fêmeas para tentar uma cópula. Então monte tocas no aquário para que as fêmeas possam se refugiar de seu fogoso companheiro. Se a fêmea o aceitar eles passarão a nadar perto do substrato onde acontecerá a desova. A fêmea irá liberar os ovos na água que serão logo fertilizados pelo macho.

A incubação é bucal, isto é, a fêmea irá recolher os ovos na boca, por mais ou menos uma semana até que nasçam os filhotes (a fêmea nesse período deixa de se alimentar). A fêmea ainda abriga os filhotes na boca por mais 10 ou 15 dias após o nascimento. Ela faz isso, quando existe alguma situação de perigo ou ainda para manter os filhotes todos juntos. O macho não costuma agredir a prole, mas se acontecer é conveniente separar o pai.

Nome científico: Melanochromis auratus
Origem: África (Lago Malawi)
pH: 7,8 a 8,4
Temperatura: 27ºC
Dureza: 14 dH
Tamanho adulto: 11cm
Tamanho do aquário: 200L
Alimentação: onívoro

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Injetor de Co2 caseiro

Introdução:
Recentemente, com o auxílio da internet, e por ser uma novidade barata e fácil de fazer, o injetor caseiro de CO2 virou uma verdadeira coqueluche. Tem gente dizendo até que ele é "fundamental para quem quer ter plantas no aquário". Como resultado, tem muita gente usando-o sem ter a menor idéia de como realmente funciona, pra que serve, e qual a relação com os outros itens do aquário. Baseiam-se apenas no conceito simplista de que "o CO2 ajuda no crescimento das plantas" e saem usando. Parece que dá status dizer: "EU INJETO CO2", e todo mundo quer aprender a montar um injetor, até quem nem tem plantas naturais!

Este artigo vai ensinar como montar o injetor caseiro (só precisa de umas poucas linhas para isso) mas, antes disso, vamos discutir a real necessidade de injeção de CO2 e em que situações ele é uma vantagem.

Afinal o CO2 é necessário?
A confusão já começa com a própria pergunta. Se você quer saber se o CO2 é necessário para ter plantas no aquário, a resposta é simples: SIM! O CO2 é um ítem fundamental para a fotossíntese das plantas, um processo onde elas pegam o CO2 e, com ajuda de luz e alguns outros nutrientes, transformam-no em açúcares, carbohidratos e outros compostos vitais, liberando oxigênio no final.

Sem o CO2 as plantas são incapazes de realizarem este metabolismo normal e morrem rapidamente. Acontece que o CO2 é um composto que faz parte da nossa atmosfera (todo mundo já ouviu falar do "efeito estufa" que é causado pelo excesso de CO2 no ar), e além disso ele dissolve muito facilmente na água. Por isso toda água sempre tem algum teor de CO2 dissolvido nela. A pergunta correta então é: "Afinal é necessário INJEÇÂO EXTRA de CO2 para as plantas crescerem no aquário?" E a resposta para esta pergunta também é bastante simples: DEPENDE! :-)

Como já dissemos, toda água tem um pouco de CO2 dissolvido nela, que vai ser usado pelas plantas para realizar fotossíntese. Mas, dependendo dos outros ítens da sua montagem, esta quantidade pode ou não ser suficiente para que as plantas realizem a fotossíntese a uma taxa mínima necessária para ficarem saudáveis e bonitas. Alguns ítens muito importantes são:

Os níveis de pH, dureza e temperatura da água

A quantidade e o tipo de filtragem

A quantidade e o tipo de plantas

A quantidade e o tipo de luz

A quantidade e o tipo de nutrientes


Basta olhar para a lista acima para perceber que a questão é muito mais complexa. A química da água influi porque ela determina diretamente qual a quantidade de CO2 dissolvido que consegue ficar em equilíbrio com o CO2 gasoso na atmosfera. A filtragem e a circulação da água também influem diretamente no teor de CO2, porque da mesma maneira que ele dissolve facilmente na água, ele escapa da água com igual facilidade. Você pode pensar no seu aquário como uma grande garrafa de refrigerante, porque o "gás" do refrigerante é justamente o CO2. O que acontece quando a gente "agita" o refrigerante? Sai todo o gás, certo? O mesmo acontece com o aquário...quanto mais a água for "agitada" por causa da filtragem e circulação, mais CO2 escapa e menor é o teor dele dissolvido. A quantidade e o tipo de plantas também influi porque quanto mais plantas, mais CO2 vão consumir e, se este começar a faltar elas vão competir entre si. Aí as espécies mais resistentes e adaptáveis começam a prejudicar o crescimento das espécies mais sensíveis. A luz e os nutrientes influem porque elas também fazem parte da fotossíntese. Como dissemos, existe uma taxa mínima de fotossíntese para que elas fiquem saudáveis, mas se você aumentar equilibradamente a oferta do trio LUZ/NUTRIENTES/CO2, as plantas irão alegremente acelerar a taxa de fotossíntese a níveis anormalmente altos e crescer como loucas.

Chegamos então à seguinte conclusão: se você quer ter uma quantidade média de plantas bonitas, saudáveis, com as folhas bem verdinhas, e a sua montagem é tal que iluminação e nutrientes são adequados e o teor de CO2 dissolvido é suficiente para garantir o mínimo necessário de fotossíntese, então a resposta é: NÂO! Você não precisa nem deve injetar CO2 extra. Agora, se você quer um aquário super-plantado, super-iluminado, com dezenas de espécies variadas que cresçam super-rápido, soltando bolhas de oxigênio no fim do dia, daí sim vai ser indispensável injetar CO2.

Mas o que eu faço então?
Bom, acima de tudo NUNCA, JAMAIS acredite que é só injetar CO2 e as folhas vão parar de amarelar e morrer, e que as plantas vão começar a crescer que nem loucas. Isso está completamente errado...CO2 não resolve o problema de plantas que estejam definhando! Você estará apenas pondo em risco a qualidade e estabilidade do seu aquário, a vida das suas plantas e principalmente a dos seus peixes. Se as suas plantas estão indo mal, primeiro você vai ter que equilibrar todos os outros itens do aquário:

Tenha uma iluminação adequada. A questão de iluminação para plantas também é bastante complexa e extensa demais para colocar aqui, procure outros artigos específicos sobre isso.
Use algum fertilizante para o cascalho, e tenha uma camada de cascalho adequadamente espessa (as raízes precisam crescer, em muitas espécies são elas que absorvem a maior parte dos nutrientes);
Use também um fertilizante líquido (em outras espécies os nutrientes são absorvidos mais rapidamente pelas folhas);
Tenha uma filtragem correta, nem muito forte e nem muito fraca, nunca esquecendo de limpar o filtro e das trocas parciais. Evite aeradores e filtros que agitem demais a água.
Mantenha preferencialmente o pH entre 6,2 e 7,4, dureza média para baixa, e temperatura entre 20 e 27°C.
Fazendo isso, a maioria das plantas mais comuns muito provavelmente estarão saudáveis e com um bom crescimento, pois a fotossíntese estará funcionando normalmente. Não se engane, nem se deixe enganar, pensando que o crescimento está muito lento, pois na natureza, em geral o crescimento também é lento. Se e quando tudo isso estiver funcionando bem, daí você pode pensar em estimular as plantas com CO2 extra (aumentando a fotossíntese), fazendo com que elas cresçam anormalmente rápidas, soltem bolhas de oxigênio etc. Porém quando injetar o CO2, você vai ter que aumentar os outros nutrientes e a iluminação também, senão estará apenas desperdiçando CO2. Muitas vezes já foi dito que a falta de um dos três elementos principais, para a fotossíntese (nutrientes, iluminação e CO2), vai limitar o crescimento das plantas. Mas isso também não é completamente correto, pois o excesso de apenas um elemento (ou de um nutriente) pode simplesmente parar com o crescimento das plantas e/ou favorecer o crescimento de algas.

Como montar o injetor
OK, se você leu e entendeu tudo que foi discutido acima, então agora está preparado para aprender a montar e usar corretamente um injetor caseiro de CO2, que como já dissemos é extremamente simples.

Material para a garrafa:

1 garrafa de plástico de 2 litros, com tampa;
1 mangueirinha fina de plástico (dessas usadas em aquários com bomba de ar);
1 pedra porosa (opcional);
Silicone para aquário.
Procedimento: Faça um furo na tampa da garrafa, de modo que a mangueirinha passe bem apertada por ele. Insira a mangueira até ela entrar cerca de 3 cm abaixo da tampa, e depois passe silicone em volta do furo para selar. Deixe secar por 1 dia. A mangueira deve ser comprida o suficiente para ir da posição da garrafa até o fundo do aquário. Coloque uma pedra porosa na saída da mangueira se quiser bolhas mais finas.

Material para a mistura:

1 colher de chá de fermento BIOLÓGICO (preferencialmente em pó);
2 a 3 xícaras de açúcar refinado;
½ colher de chá de Bicarbonato de Sódio;
1,5 litros de água (preferencialmente de filtro, sem cloro).
Procedimento: Dissolva bem o fermento, o açúcar e o bicarbonato na água. Despeje dentro da garrafa e feche bem. As bolhas em geral levam cerca de 1 hora para começarem a sair. Um injetor bem montado vai ficar produzindo bolhas por cerca de 10-15 dias.

Apresentamos aqui apenas uma descrição bem básica de uma das maneiras de montá-lo. Existem muitas variantes que podem ser encontrados em outros artigos na net. Também existem alguns comentários e detalhes que podem ajudar quem quer usar ou otimizar o CO2 caseiro, mas isso também fica pra outros artigos. Pois o objetivo principal aqui era de esclarecer e preparar o interessado para que ele tome a sua decisão baseado em informações racionais e não em modismo!

quarta-feira, 6 de julho de 2011

EXOTICOS (Lagosta, Caramujo, Caranguejo)


Não são mais apenas os peixes que povoam os aquários colocados como artigos decorativos em ambientes domésticos e de trabalho. Agora, eles dividem espaço com lagostas, caramujos, caranguejos e mesmo pequenas rãs albinas. Os animais dão um toque exótico à prática do aquarismo, despertando a curiosidade e chamando a atenção das pessoas.
“Muitos dos animais exóticos, além de proporcionarem beleza aos aquários, trazem benefícios aos mesmos, ajudando a mantê-los limpos. As espécies comercializadas ainda são consideradas novidades dentro do aquarismo, agradando a algumas pessoas e parecendo um pouco estranhas a outras”, comenta o consultor em aquarismo Wander Nascimento, que é proprietário do Aquarium Flora & Fauna, localizado no bairro Santa Felicidade, em Curitiba.

Por não serem originários do Brasil, os animais existentes no mercado não podem ser soltos na natureza. Quem adquirir um deles e depois de um tempo, por qualquer razão, não puder ou não quiser mais mantê-lo, deve doá-lo à uma loja de aquários ou à alguma pessoa conhecida que possa se responsabilizar pelo bicho. A soltura indiscriminada pode resultar em desequilíbrio ambiental, sendo que a espécie exótica pode vir a disputar espaço e alimento com espécies nacionais.

Muitos dos animais exóticos encontrados à venda no mercado são específicos para aquários de água doce, podendo ser mantidos com certa tranqüilidade, com baixo investimento financeiro, sem necessidade de grandes esforços e sem tomar muito tempo dos proprietários. Entre eles estão: o caramujo amarelo ou albino, o caranguejo poã e a rã albina.

Caramujo

Os caramujos amarelos ou albinos (Corbicula sp.) se alimentam de algas depositadas em vidros, troncos e ornamentos. Quando mantidos junto com peixes, comem os restos de ração dos mesmos, contribuindo com a limpeza do aquário. “Os caramujos são excepcionais comedores de algas ‘peteca’ que se depositam no cascalho de fundo dos aquários. Estas algas são consideradas pragas e geralmente muito difíceis de serem eliminadas”, diz Wander.

Hermafroditas, os caramujos são considerados muito resistentes e se reproduzem no aquário. Porém, como colocam ovos fora da água, são de fácil controle e não há perigo de virarem pragas. Uma característica curiosa do animal é que periodicamente ele entra em estado de dormência, passando longos períodos dentro de sua concha. Muitas vezes, pessoas desavisadas o jogam fora achando que ele está morto. o que realmente acontece é que quando o animal morre, ele sai para fora da concha.

Cada caramujo custa entre R$ 1,50 e R$ 4. O aconselhável é que os animais sejam mantidos em grupos de três ou mais indivíduos.

Caranguejo poã

Presente em grande parte do mundo, o caranguejo poã é encontrado em enormes grupos no Brasil, habitando toda a costa do País. Na natureza, ele passa boa parte do tempo na terra, indo para dentro d’água apenas para procurar alimentos (principalmente material em putrefação). “Quando livres na natureza, os caranguejos machos sobem em locais altos para acenar para o sol. São vistos em grupos grandes dando pequenos soquinhos com a garras como se estivessem realmente acenando”, conta o consultor em aquarismo.

Em aquários, o caranguejo se adapta e passa a viver apenas dentro da água, desenvolvendo respiração branquial. Ele pode viver mesmo em ambientes pequenos e em qualquer temperatura, necessitando que haja apenas circulação da água doce ou salobra. Os machos se diferem das fêmeas pelo tamanho das garras. Elas as possuem bem menores do que eles. Todos os indivíduos trocam de carapaça e também ajudam a manter a higiene do aquário. Custam entre R$ 3 e R$ 5, tendo tempo de vida indeterminado.

Rã albina
Originária de Singapura, no continente asiático, a rã albina pode ser mantida em casa até mesmo dentro de uma bacia. Ela não necessita nem de controle de temperatura, nem de circulação de água, precisando apenas que a mesma seja trocada uma vez por semana. Embora respire fora da água, não costuma sair de dentro da mesma. Desta forma, não há perigo de ela sair andando pela casa e se perder ou mesmo assustar alguma visita.

A rã se alimenta de ração de peixes, anfíbios e répteis (como tartarugas) e é encontrada à venda por preços que variam de R$ 15 a R$ 30. Ela pode ser vista em tamanhos variados, convivendo bem com peixes grandes. Só não deve ser mantida com peixes muito pequenos, podendo vir a predá-los. O animal é ativo durante todo o dia, sendo considerado simpático e engraçado.


Wander: “Animais exóticos trazem benefícios aos aquários”.
Lagostas são grandes novidades
Embora ainda seja considerada novidade, também está se tornando comum nos aquários de água doce a presença de lagostas. Três delas se destacam e são encontradas mais facilmente para comercialização: lagosta filtradora, lagosta vermelha e lagosta cherax.

Elas ajudam a manter a limpeza do ambiente em que vivem e trocam a “casca” (exoesqueleto) à medida em que vão crescendo. Parte desta é comida, pois é considerada rica em proteínas. Resistentes, as três espécies podem viver bastante tempo e não necessitam de muitos cuidados. São sensíveis apenas à utilização de remédios para parasitas colocados na água com o objetivo de manter a saúde de peixes. Os medicamentos podem matá-las.

Filtradora

No mercado de aquarismo há cerca de quatro anos, a lagosta filtradora é encontrada nas cores azul petróleo, marrom e castanho-avermelhado. Ela mede até doze centímetros e deve ser deixada em grupos de três ou quatro indivíduos, dificilmente se reproduzindo dentro do aquário. Assim como o caranguejo poã, para viver só necessita de circulação de água, que pode ser feita através da utilização de bomba ou filtro.

Com garras pequenas, o animal não é considerado predador, podendo tranqüilamente ser deixado junto com peixes. Como alimento, ele procura na água zooplanctos e restos de ração. Passa grande parte do dia entocado e, por isso, é aconselhável que tenha algum objeto dentro do aquário no qual possa se esconder.

Vermelha

A lagosta vermelha tem como nome científico Procambarus clarkii. Como o próprio nome diz, ela é avermelhada, podendo ser encontrada nos tons vermelho-sangue a bordô. Algumas vezes, também é vista na cor marrom, embora seja mais raro. Podendo atingir vinte centímetros de comprimento, come tudo o que encontra no aquário, como materiais em putrefação, restos de ração e mesmo plantas.

Considerada predadora, deve ser mantida sozinha (um indivíduo em aquários pequenos ou mais de um em aquários grandes) ou com peixes ágeis, que saibam se livrar dela. Caso contrário, estes podem vir a ser devorados. Há cerca de dez anos no mercado, custa entre R$ 4 e R$ 12, também não se reproduzindo no aquário.

Cherax

De origem australiana, a lagosta cherax é encontrada no mercado brasileiro de aquarismo há apenas dois anos, custando entre R$ 40 e R$ 60. Considerada mais robusta que a filtradora e a vermelha, pode atingir tamanho de até 25 centímetros. Com corpo ciano esverdeado e detalhes em vermelho fogo nas patas, é considerada um animal de grande beleza. Come restos de ração, peixes e plantas, dificilmente sendo mantidas no mesmo ambiente que estes. “As pessoas geralmente precisam de um aquário próprio para mantê-las”, finaliza Wander.

Labeo Bicolor


Não há adjetivos para retratar a beleza desse peixe, sem dúvida um dos mais belos peixes de água doce que podemos ter em nossos aquários. Hoje em dia é muito raro encontrar um Labeo Bicolor na natureza, muitos documentos dizem que só é possível encontrá-los em aquários, o que é uma pena, com certeza esse dano tem que ser reparado pelo homem, pois o peixe no aquário nunca poderá substituir o exemplar selvagem.

Normalmente o Labeo bicolor é encontrado nas lojas com uma cor desbotada e bem magro, o que pode espantar os aquaristas, mas isso é devido aos maus tratos que recebem até chegarem as lojas. Num aquário, o Tubarão de Cauda Vermelha, outro nome pelo qual é conhecido, se bem tratado, adquiri uma coloração negra maravilhosa que contrasta com o vermelho sangue de sua cauda, fazendo uma combinação de encher os olhos de qualquer um.

De personalidade forte, esse peixe costuma ser bem territorial, reservando uma área do aquário para ele e espantando qualquer um que chegue perto, apesar disso costuma nadar por todo o aquário, sempre procurando por algas, aliás, o labeo é um excelente comedor de algas, apesar de poucos comentarem.

Colocar mais de um exemplar no aquário, exige um amplo espaço, muitas tocas e vegetação densa para amenizar as brigas, e não é só com exemplares da mesma espécie que ele "encana", outras espécie de Labeos também não são muito bem aceitas. Com os demais peixes o Labeo costuma não se importar, contato que haja espaço suficiente para todos. Por esse e outros motivos, o aquário para o Labeo deve ter no mínimo 200L, com muitas plantas, pedras e troncos.

Se bem tratado, o peixe pode viver até 12 anos no aquário, mas deve-se prestar atenção a alguns detalhes como sua fragilidade ao sulfato de cobre, que faz parte de muitos medicamentos para peixes, mesmo em doses mínimas pode ser fatal ao peixe.
A reprodução em cativeiro é bem difícil, mas pode-se tentar separando uns 5 exemplares num aquário
com mais de 300L, temperatura em 28ºC, com bastante vegetação e alguns vasos ou tijolos para servirem de toca, se o aquarista der sorte, um casal se formará e haverá a postura dos ovos. Os adultos devem ser retirados depois da eclosão dos ovos, que acontece um ou dois dias depois da postura. Nos primeiros dias os filhotes possuem uma coloração acinzentada e as nadadeiras trasnparentes. A alimentação dos filhotes deve ser feita com artêmia recém nascida, infusórios, ração apropriada e gema de ovo.

Os adultos costuma aceitar todo tipo de alimento, pois são peixes onívoros, forneça-lhes ração, artêmia, dáfnias, tubifex, pastilhas de algas etc.

Nome científico: Epalzeorhynchus bicolor
Origem: Sudeste Asiático
pH: 6,5 a 6,8
Temperatura: 25ºC
Dureza: 10 dH
Tamanho adulto: 15 cm
Tamanho do aquário: 200 L
Alimentação: onívoro
Reprodução: ovíparo

terça-feira, 5 de julho de 2011

Colisa

As Colisas (Colisa ssp.) são ótimos peixes para se ter num aquário, pois além de serem pacíficas, se dão perfeitamente bem com peixes menores que elas. Muito indicada para iniciantes, por ser resistente e pouco exigente quando a água, as Colisas são peixes obrigatórios nas lojas, onde podem ser encontradas com grande facilidade, principalmente a Colisa Lália (Colisa lalia), mas outras espécies também podem ser encontradas de um tempo pra cá, até com certa freqüência, são elas a Colisa Lália sangue (Colisa lalia var.) e Colisa Cobalto (Colisa lalia var.), com um pouco mais de sorte, podemos encontrar também a Colisa Chuna (Colisa chuna), Colisa Labiosa (Colisa labiosus) e a Colisa Fasciatus (Colisa fasciatus).

Todas elas possuem hábitos e preferências parecidas, sendo que o que as diferencia são as cores e o tamanho que atingem.

A Colisa Lália é a mais colorida de todas. Os machos são encontrados em duas cores, o mais comum é o listrado de vermelho e azul e a outra é a variedade sangue, onde o peixe é quase todo vermelho com alguns detalhes azuis na nadadeira dorsal, já as fêmeas são sempre brancas e desbotadas. Alcançam 6 cm em média.

A Colisa Chuna é considerada por muitos como a mais sensível de todas, raramente ultrapassa os 4,5cm. O macho é vermelho com uma mancha preta que vai da cabeça até a nadadeira anal e a fêmea possui um tom desbotado de amarelo. É raramente encontrada nas lojas.

A Colisa Cobalto tem se tornado cada vez mais popular pela sua cor fascinante, um azul que encanta os olhos de qualquer um.

Ambos os sexos possuem a mesma coloração, sendo a fêmea um pouco desbotada em relação ao macho. Em, exemplares adultos, as nadadeiras dorsal e anal do macho são mais pontiagudas e a da fêmea é mais arredondada. Raramente ultrapassam os 5cm. Muitos aquarista dizem que sua coloração é artificial, que é um peixe "tingido", o que não é verdade, apesar de ser difícil de acreditar.

Temos ainda as Colisas Labiosa e Fasciata que possuem uma certa semelhança com a Lália mas seu colorido não é tão intenso, além de alcançarem maiores proporções, 10 e 12 cm respectivamente.

Como os demais anabantídeos, as Colisas conseguem respirar o ar atmosférico devido à existência de um órgão chamado labirinto, por isso podem habitar águas pouco oxigenadas. A preferência delas é por um aquário densamente plantado, incluindo plantas de superfície, que facilitam a construção do ninho, o que é impossível em água agitadas. Podem se tornar tímidas e assustadas em aquários "pelados". O pH pode variar desde 6,5 a 7,5; mas em um pH levemente ácido desenvolvem uma coloração mais intensa, a temperatura deve estar em torno de 26ºC.

A reprodução é bem parecida com a da maioria dos anabantídeos. Separe o casal num aquário de no mínimo 20L, com uma coluna d'água de uns 12cm , o aquário deve ficar tampado para manter o ar úmido e aumentar a consistência do ninho de bolhas que será construído pelo macho. Plantas são bem vindas principalmente as de superfície. O macho começará a cortejar a fêmea, que com abraços dele, vai liberando os ovos, sendo imediatamente fertilizados pelo companheiro.

Terminada essa etapa, o macho pega os ovos com a boca e os acomoda entre o ninho. Nesse período deve-se retirar a fêmea, pois os filhotes ficarão sobre os cuidados do dedicado pai. Normalmente os ovos eclodem em 24 horas, e passam uns 3 dias ainda no ninho, somente sendo necessário retirar o pai, quando eles começarem a nadar pelo aquário, pois é quando ele começa a devorar a prole. Faça trocas parciais de 20% semanalmente e mantenha um bomba aeradora bem fraca no aquário dos filhotes pois o labirinto só estará formado na sexta semana de vida. Até lá mantenha o aquário fechado e com um certo controle de temperatura. Vá subindo o nível de água a partir dessa semana.

Como alimento para os filhotes, forneça náuplios de artêmia, infusórios e rações especiais pra filhotes de ovíparos. Aos adultos poderá fornecer ração industrializada, alimento vivo, espinafre cozido etc.

Fotografias: Andy Isoft e Marcelo Drummond

Nome científico: Colisa ssp.
Origem: Sudeste Asiático
pH: 6,6 a 7,0
Temperatura: 26ºC
Dureza: 8 dH
Tamanho adulto: 4,5 a 12 cm (dependendo da espécie)
Tamanho do aquário: 60 L
Alimentação: onívoro
Reprodução: ovíparo

ALGUMAS ESPECIES:

Colisa Lalia

Colisa Mel

Colisa Cobalto

Colisa Labiosa

Colisa Lalia Amarilla

Colisa Lalia Sangue

Colisa Fasciatus

domingo, 3 de julho de 2011

Acará do Congo


Nome Popular: Acará do Congo
Nome Científico: Archocentrus nigrofasciatus
Família: Ciclídeos
Habitat: Costa Rica, Guatemala, Nicarágua e Panamá. Introduzido no Canadá, Austrália, EUA, Havaí, Filipinas e Israel
pH: 6.6 a 7.6
Temperatura: 24º a 28ºC
Dureza: até 12º dH
Tamanho Máximo: 15cm
Sociabilidade: Solitário ou Casal
Agressividade: Agressivo
Manutenção: Fácil
Zona do Aquário: Meio/Fundo
Aquário Mínimo: 150L
Alimentação: Pequenos invertebrados e peixes. Aceita rações para ciclídeos com facilidade
Características Peixes agressivos que devem ser mantidos com outros peixes do mesmo porte e agressividade.
Reprodução: Os machos adultos possuem nadadeiras mais pontiagudas e apresentam uma suave tonalidade avermelhada sob a boca, além do característico calombo na cabeça. São muito prolíferos. O casal desova em superfícies lisas, geralmente pedras, ambos cuidam da prole e ficam ainda mais agressivos. Os filhotes podem ser alimentados com infusórios 3 a 4 dias após a eclosão, quando maiores, aceitam bem ração fina e náupilos de artêmia. Os pais costumam não predar os filhotes, salvo alguns raros exemplares.